Mielomeningocele – Tratamento Cirúrgico
14 de julho de 2015Vida pós-aneurisma
7 de dezembro de 2015Artigo – Neurocirurgia Pediátrica
A neurocirurgia pediátrica é uma especialidade neurocirúrgica que trata de doenças neurológicas congênitas e adquiridas na infância. As doenças neurocirúrgicas que ocorrem em crianças diferem das doenças que ocorrem nos adultos. Enquanto nos adultos predominam as doenças cerebrovasculares, os tumores cerebrais (gliomas, meningiomas, metástases) e as doenças degenerativas da coluna, como as hérnias discais; em crianças, predominam as malformações cranianas (encefaloceles, craniossinostoses), malformações espinhais (mielomeningocele, medula presa, disrafismos espinhais) e as hidrocefalias. Também ocorrem tumores cerebrais, porém são diferentes dos tumores encontrados em adultos, pois as metáteses são menos frequentes, ou seja, na maioria das vezes são tumores primários do sistema nervoso, e geralmente se localizam na fossa posterior, região onde estão o cerebelo e o tronco cerebral.
As cirurgias neurológicas em crianças são delicadas e há risco relacionado ao sangramento, pois a criança tem as estruturas do sistema nervoso ainda em desenvolvimento e tem um volume sanguíneo corpóreo restrito.
As doenças usualmente tratadas pela neurocirurgia pediátrica são:
a) Congênitas: hidrocefalia, cranioestenose, mielomeningocele e outros disrafismos espinhais;
b) Adquiridas: hidrocefalia, tumores, traumatismos craniencefálicos e infecções.
Procedimentos cirúrgicos:
1. Microcirurgia para Tumor Cerebral
Através de técnica microcirúrgica é possível a ressecção de tumores intracranianos com preservação do tecido cerebral normal
O cérebro possui cavidades preenchidas por líquido céfalo-raquidiano (líquor), que são denominadas ventrículos cerebrais. Através de uma pequena perfuração no crânio (trepanação), introduz-se o endoscópio de maneira segura e minimamente invasiva até chegar aos ventrículos cerebrais. A imagem é transmitida por um sistema óptico para um monitor instalado na sala de cirurgia, através do qual o neurocirurgião se guia para realizar a cirurgia. Diversos procedimentos podem ser realizados através desta técnica: ressecção ou biópsia de tumores intraventriculares, retirada ou fenestração de cistos, tratamento de malformações congênitas, tratamento de neurocisticercose, lavagem ventricular e septostomia no tratamento de ventriculites (infecções das cavidades cerebrais). No entanto, a cirurgia mais realizada através desta técnica é a Terceiroventriculostomia para o tratamento da hidrocefalia.
3. Cranioplastia e correção da cranioestenose
A caixa craniana tem a função de proteger o cérebro, mas também tem significativo valor estético. Aliando técnica, tecnologia e percepção estética; excelentes resultados funcionais e plásticos são obtidos atualmente. A correção da cranioestenose, ou craniossinostose, e dos defeitos cranianos, em geral, deve ser realizada logo cedo para promover melhor funcionamento cerebral, para aquisição de melhor efeito estético e para evitar problemas de aceitação social da criança.
Qual é o tipo de treinamento que o Neurocirurgião Pediátrico deve ter?
Os neurocirurgiões pediátricos são médicos e possuem a seguinte formação:
- Graduação em Medicina (6 anos);
- Residência médica em Neurocirurgia Geral (5 anos);
- Título de especialista em Neurocirurgia (Sociedade Brasileira de Neurocirurgia – SBN e/ou Ministério Educação – MEC);
- Treinamento e especialização específicos em Neurocirurgia Pediátrica em serviços de grande porte no Brasil e/ou no Exterior. A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica recomenda pelo menos 6 (seis) meses de treinamento intensivo e, no mínimo 45 neurocirurgias pediátricas / ano;
- Participação em cursos, congressos dentro da área de Neurocirurgia Pediátrica;
- publicações científicas e apresentações regulares em eventos dentro da área;
Cuidar de sua criança…
Crianças não são adultos pequenos! A percepção e a cooperação com história clínica e com exames físico e neurológico não são as mesmas quando atendemos um adulto. O treinamento específico na área possibilita que o neurocirurgião pediátrico possa reconhecer alterações e antecipar medidas minimizando os efeitos de doenças graves. A relação com os responsáveis pela criança deve ser de extrema relevância, respeitosa e pautada na confiança, para que os objetivos sejam alcançados.
É importante que o neurocirurgião pediátrico tenha suporte em hospitais capacitados para o acolhimento da sua criança, através de unidades específicas pediátricas. É comum o neurocirurgião pediátrico trabalhar em equipes multidisciplinares, possibilitando assim uma integração completa no tratamento da criança ou do adolescente.
Dr. Ricardo Santos de Oliveira
CRM 81527
Neurocirurgião
- Médico Assistente: Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
- Professor Livre-Docente – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP
- Graduação: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo 1989-1994
- Residência Médica: Neurocirurgia – Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – USP – 1995-1999
- Doutor em Medicina (Clínica Cirúrgica) pela Universidade de São Paulo – 2001
- Pós-Doutorado – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – 2004
- Fellowship em Neurocirurgia Pediátrica – Hospital Necker-Enfants Malades, Paris, França – 2001 – 2002
- Attestation de Formation Spécialisée (Université Rene Descartes) – 2002
- Pesquisas Clínicas: Hidrocefalia / Cirurgia Craniofacial / Neurooncologia / Trauma
- Presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica (2019-2021)
- 103 trabalhos publicados em base indexadora: PUBMED
- Editor da Archives of Pediatric Neurosurgery
Membro de Sociedades:
- Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN)
- International Society for Pediatric Neurosurgery (ISPN)
- Asian-Australasian Society of Pediatric Neurosurgery (AASPN)
- Internacional Federation of Neuroendoscopy (IFNE)
- International Meningioma Society
- http://lattes.cnpq.br/9579047347752047