A neurocirurgia pediátrica é uma especialidade neurocirúrgica que trata de doenças neurológicas congênitas e adquiridas na infância. As doenças neurocirúrgicas que ocorrem em crianças diferem das doenças que ocorrem nos adultos. Enquanto nos adultos predominam as doenças cerebrovasculares, os tumores cerebrais (gliomas, meningiomas, metástases) e as doenças degenerativas da coluna, como as hérnias discais; em crianças, predominam as malformações cranianas (encefaloceles, craniossinostoses), malformações espinhais (mielomeningocele, medula presa, disrafismos espinhais) e as hidrocefalias. Também ocorrem tumores cerebrais, porém são diferentes dos tumores encontrados em adultos, pois as metáteses são menos frequentes, ou seja, na maioria das vezes são tumores primários do sistema nervoso, e geralmente se localizam na fossa posterior, região onde estão o cerebelo e o tronco cerebral.
As cirurgias neurológicas em crianças são delicadas e há risco relacionado ao sangramento, pois a criança tem as estruturas do sistema nervoso ainda em desenvolvimento e tem um volume sanguíneo corpóreo restrito.
a) Congênitas: hidrocefalia, cranioestenose, mielomeningocele e outros disrafismos espinhais;
b) Adquiridas: hidrocefalia, tumores, traumatismos craniencefálicos e infecções.
1. Microcirurgia para Tumor Cerebral
Através de técnica microcirúrgica é possível a ressecção de tumores intracranianos com preservação do tecido cerebral normal
O cérebro possui cavidades preenchidas por líquido céfalo-raquidiano (líquor), que são denominadas ventrículos cerebrais. Através de uma pequena perfuração no crânio (trepanação), introduz-se o endoscópio de maneira segura e minimamente invasiva até chegar aos ventrículos cerebrais. A imagem é transmitida por um sistema óptico para um monitor instalado na sala de cirurgia, através do qual o neurocirurgião se guia para realizar a cirurgia. Diversos procedimentos podem ser realizados através desta técnica: ressecção ou biópsia de tumores intraventriculares, retirada ou fenestração de cistos, tratamento de malformações congênitas, tratamento de neurocisticercose, lavagem ventricular e septostomia no tratamento de ventriculites (infecções das cavidades cerebrais). No entanto, a cirurgia mais realizada através desta técnica é a Terceiroventriculostomia para o tratamento da hidrocefalia.
3. Cranioplastia e correção da cranioestenose
A caixa craniana tem a função de proteger o cérebro, mas também tem significativo valor estético. Aliando técnica, tecnologia e percepção estética; excelentes resultados funcionais e plásticos são obtidos atualmente. A correção da cranioestenose, ou craniossinostose, e dos defeitos cranianos, em geral, deve ser realizada logo cedo para promover melhor funcionamento cerebral, para aquisição de melhor efeito estético e para evitar problemas de aceitação social da criança.
Os neurocirurgiões pediátricos são médicos e possuem a seguinte formação:
Crianças não são adultos pequenos! A percepção e a cooperação com história clínica e com exames físico e neurológico não são as mesmas quando atendemos um adulto. O treinamento específico na área possibilita que o neurocirurgião pediátrico possa reconhecer alterações e antecipar medidas minimizando os efeitos de doenças graves. A relação com os responsáveis pela criança deve ser de extrema relevância, respeitosa e pautada na confiança, para que os objetivos sejam alcançados.
É importante que o neurocirurgião pediátrico tenha suporte em hospitais capacitados para o acolhimento da sua criança, através de unidades específicas pediátricas. É comum o neurocirurgião pediátrico trabalhar em equipes multidisciplinares, possibilitando assim uma integração completa no tratamento da criança ou do adolescente.
Dr. Ricardo Santos de Oliveira
CRM 81527
Neurocirurgião
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