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18 de junho de 2015
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Hérnia de Disco Cervical – Tratamento Cirúrgico

Quando a cirurgia para hérnia de disco cervical está indicada?

Em geral, quando o paciente apresenta alguma disfunção neurológica grave, como perda de força progressiva ou quando não melhora com o tratamento clínico.

Como é a cirurgia? O disco é retirado? Coloca-se um disco artificial no local?

A cirurgia padrão ouro para o tratamento de hérnia de disco cervical, ou seja, a que tem mais evidência de bons resultados, é a discectomia cervical por via anterior com fusão. Ou seja, o disco doente é removido através de incisão feita na região da frente do pescoço e no local é colocado algum material que promova a fusão (junção) do segmento afetado. Existem diversas variações da técnica, uma delas é a que segue no vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?time_continue=3&v=2Nx1gB03jOI&feature=emb_logo

Uma opção de tratamento, que pode ser considerada tecnologia relativamente nova, é a implantação do disco artificial. O objetivo principal é o mesmo que da cirurgia tradicional: a retirada do disco e descompressão dos nervos afetados pela hérnia. O que muda é que ao invés de colocar um material que promova a fusão do segmento, é colocado um disco artificial, que tenta manter a mobilidade daquele segmento da coluna. Esta nova tecnologia é fruto da tentativa contínua dos cientistas de evitar a formação de uma hérnia de disco no nível de cima ou de baixo da cirurgia, que pode acontecer quando se funde um segmento. A ideia é muito boa e a cirurgia já é realizada com segurança em pacientes com 1 disco doente e sem degeneração avançada da coluna. No entanto, ainda não temos todas as respostas para o que pode acontecer após alguns anos da realização deste procedimento.

Vou perder movimentação do pescoço?

Com a fusão de 1 ou 2 segmentos da coluna cervical média ou baixa, a amplitude de movimento perdida é quase imperceptível. Os demais segmentos da coluna tendem a suprir os movimentos necessários para o dia a dia. Diferente de quando é necessária a fusão das primeiras vértebras cervicais ao crânio, cirurgia realizada geralmente para outros tipos de doença.

Em quanto tempo posso voltar a trabalhar?

Em geral, o paciente levanta da cama no dia seguinte a cirurgia, começa um trabalho de reabilitação e, gradualmente, vai retornando à sua rotina. Na primeira semana deve ficar em repouso domiciliar, mas podendo realizar tarefas simples, como cuidados pessoais, usar o computador, sair para passear, etc. Após a reavaliação em 1 semana, mais atividades são liberadas e a maioria dos pacientes já volta a trabalhar. Atividades que exijam esforço físico como alguns esportes, dirigir e movimentar ativamente o pescoço, geralmente são liberadas após 1 mês da cirurgia.

Vou ter que usar colar?

Na maioria dos casos, o colar é utilizado por 2 semanas com o intuito de dar mais segurança ao paciente na realização das atividades cotidianas. O colar poderá ser retirado e até mesmo não utilizado se o paciente estiver bem orientado e seguro dos movimentos que não deve forçar nos primeiro dias.

A cicatriz fica feia?

A cicatriz fica praticamente imperceptível, já que é feita ao longo de uma dobra do pescoço e os pontos são intradérmicos. Os cuidados pós operatórios com a ferida são também bastante importantes para mantê-la esteticamente boa.

E a cirurgia minimamente invasiva, não é melhor?

A endoscopia é a técnica cirúrgica minimamente invasiva em alta e consiste na ressecção do disco cervical através de endoscópio. Existem algumas vantagens com relação ao tamanho da cicatriz na pele e menor dano aos tecidos e órgãos adjacentes. Existem casos específicos em que essa técnica pode ser utilizada, converse com o seu médico. Outras técnicas realizadas com o microscópio também são consideradas minimamente invasivas, como a foraminotomia por via posterior, e também apresentam indicação específica.

E os bloqueios? Tenho um amigo que queimou uns nervinhos e melhorou muito, não pode ser o meu caso?

Estes são os procedimentos intervencionistas: bloqueios facetários, radiculares e a utilização de radiofrequência. Estas são tentativas não cirúrgicas de aliviar a dor do paciente e podem ser indicadas em alguns casos de refratariedade ao tratamento clínico em pacientes que não são candidatos a cirurgia.

Tenho um vizinho que operou a coluna e ficou tetraplégico, isso pode acontecer comigo? 

O que a população em geral chama de hérnia de disco pode englobar casos simples e outros muitos complexos. A presença de déficit neurológico após a cirurgia é uma complicação possível, porém muito rara  Quando acontece algum déficit após a cirurgia, geralmente é reversível. Na mão de profissionais não capacitados, podem acontecer déficits neurológicos irreversíveis, por isso, é sempre importante checar a formação e qualificação do seu cirurgião

Fonte: AO Spine Manual – Clinical Applications

Dr. Marcelo Amato - CRM: 116.579
Dr. Marcelo Amato - CRM: 116.579
Médico e Neurocirurgião pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP); Doutor em Neurocirurgia (Clínica Cirúrgica) pela Universidade de São Paulo (FMRP-USP), orientado pelo Prof. Dr. Benedicto Oscar Colli; Especialista em Neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e pela Associação Médica Brasileira (AMB); Especialista em Cirurgia de Coluna pela Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e Associação Médica Brasileira (AMB); Linha de Pesquisa em Cirurgia Endoscópica da Coluna desde 2013 pela FMRP-USP com diversos artigos e livros publicados nacional e internacionalmente; elaboração de aulas e cursos nacionais e internacionais sobre Endoscopia de Coluna, e realização de consultorias em todo território nacional ; Neurocirurgião referência do Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP); Diretor do Amato - Hospital Dia;

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