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Muito além das aulas na faculdade, neurocirurgiões passam por constantes aperfeiçoamentos em sua carreira para atualizações técnicas ou aprendizado de novos e procedimentos

A tecnologia se transforma e muda também a forma como as cirurgias acontecem no mundo. A endoscopia da coluna vertebral, por exemplo, tem se tornado bastante popular, e a busca de um modelo de treinamento para melhorar as habilidades dos neurocirurgiões é imperativa.

Embora atualmente a ciência teste modelos sintéticos e outras alternativas para o treinamento cirúrgico, os cadáveres humanos e animais ainda são a forma mais utilizada em treinamentos desse tipo, tendo em vista que a coluna vertebral humana é bem específica e o treinamento deve simular, ao máximo, a proximidade com sua estrutura.

Diante o exposto, é importante destacar que todo procedimento é realizado sob a mais alta conduta ética e moral.

Nessa pesquisa, realizada em 2019, eu e um grupo de colegas neurocirurgiões buscamos determinar se a coluna vertebral suína poderia ser um modelo representativo para o aprendizado e a prática de procedimentos lombares endoscópicos percutâneos interlaminares (IL-PELPs).

Segmentos lombares e cervicais da coluna de cadáver suíno foram utilizados para o IL-PELP. O modelo foi devidamente endossado por cinco neurocirurgiões que passaram por um dia de treinamento e responderam a uma pesquisa. 

Considerações importantes sobre as características anatômicas e dificuldades foram devidamente registradas em notas técnicas. 

Principais diferenças e resultados

A coluna lombar suína tem pequenos espaços entre as vértebras, conhecidas como janelas interlaminares. A laminectomia — que consiste na retirada de uma parte óssea (lâminas) para descomprimir estruturas nervosas — é necessária, mimetizando as abordagens translaminar para níveis mais altos da coluna lombar humana. 

A coluna cervical suína tem janelas interlaminar largas e altas e imita a abordagem interlaminar L5-S1 humana (região no final da coluna lombar e início da sacral). 

Entrar no canal vertebral com a bainha de trabalho e o endoscópio e treinar a manobra de rotação para acessar o espaço do disco intervertebral só é possível no segmento lombar. Foram praticáveis as descompressões necessárias, identificação e dissecação do saco dural e da raiz nervosa tanto na coluna lombar quanto na cervical. 

Os neurocirurgiões consideraram o modelo suíno de boa operacionalidade e, embora diferente, possível de ser aplicado em humanos.

A coluna vertebral suína é um modelo eficaz e representativo para aprender e praticar procedimentos lombares endoscópicos percutâneos interlaminares. Embora as diferenças anatômicas descritas devam ser conhecidas, elas não interferiram na execução dos principais passos cirúrgicos e manobras no modelo suíno.

Esse estudo de caso foi documentado no National Library of Medicine (NIH), com o título Experimental Model for Interlaminar Endoscopic Spine Procedures, que você acessa neste link.

Por Redação
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Dr. Marcelo Amato - CRM: 116.579 Médico e Neurocirurgião pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP); Doutor em Neurocirurgia (Clínica Cirúrgica) pela Universidade de São Paulo (FMRP-USP), orientado pelo Prof. Dr. Benedicto Oscar Colli; Especialista em Neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e pela Associação Médica Brasileira (AMB); Especialista em Cirurgia de Coluna pela Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e Associação Médica Brasileira (AMB); Linha de Pesquisa em Cirurgia Endoscópica da Coluna desde 2013 pela FMRP-USP com diversos artigos e livros publicados nacional e internacionalmente; elaboração de aulas e cursos nacionais e internacionais sobre Endoscopia de Coluna, e realização de consultorias em todo território nacional; Neurocirurgião referência do Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP); Diretor do Amato - Hospital Dia

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